sexta-feira, abril 30, 2010

‘prometera não cometer mais os mesmos erros. mas era tola. no entanto, ia encontrar alguém que encarasse os mesmos como uma coisa bonitinha.’

quarta-feira, abril 28, 2010

eu não estava bem aqueles dias. tava mais dentro do que fora. mais do que qualquer outra semana, diamêsano. ainda fui parada por um polícial. a padaria do lado de casa foi assaltada e uma semana depois ele vem me perguntar se eu vi alguém suspeito. olha pra minha cara de quem ia reconhecer alguém suspeito? eu não estava me reconhecendo, senhor!
eu não reconheci nem mesmo mamãe passando do meu lado voltando do plantão. vou achar alguém suspeito? não.
enfim, eu sei que o cara não foi pego e que eu passei por ele assim que cheguei em casa no dia do assalto. ele era aquele cara com camiseta de algum time de futebol, azul, branca. pois bem, não o reconheci, nem imaginei que fosse assaltante. não imaginei muita coisa aquela semana. morar dentro de mim tem dessas coisas, me fecho e não evito assaltos.

domingo, abril 25, 2010

tatuava pássaros nos pulsos
como se os mesmos o libertassem na hora da escrita.
quintana teria dó de mim
por usar seus passarinhos numa poesia tão barata.
a cabeça dói, o corpo cai
e a cada dor cortava o pulso
mesmo que mentalmente,
mas cortava.
cada dor funcionava como uma lâmina
que passava por várias vezes naquele braço.
dor tem forma de lâmina e choro, de sangue
desilusão, remédio.
ficava tonta
ficava morta
ficava besta
ficava...devagando
conjugando verbos no gerúndio,
pra ver se fugia do tédio
conjugava verbos de ligação,
só pra não se sentir sozinha.

sexta-feira, abril 09, 2010

nope

deixa eu decidir se o que eu sinto
vai ser dor de amor ou de saudade
deixa eu decidir não tocar na ferida.
não prepara a minha vida
não me dê uma saída,
deixa eu ter vontade.
não preciso e não quero seus conselhos
daquilo que você julga ser puto e não cristão.
me deixa dar a cara a tapa
socar ponta de faca
andar sem direção.
talvez eu tenha um ponto
talvez eu encontre, talvez não.
mas não me dê palpites.
cada um tem sua verdade
cada um subjetiva o que bem entender
se seu amor não certo,não quiseram
por que o meu não podem querer?

quinta-feira, abril 08, 2010

xícara rachada, faltando uns pedacinhos.
meia-calça rasgada, bem na coxa.
tá mais do que na cara que falta um pedaço.
faltando você.
falta o café da nossa rotina,
um sofá meio velho,
meio vermelho no centro da sala, e a gente no chão.
comentando sobre cinema, sobre leminski.
você me falando do caio e de como foi seu dia.
rotina, eu quero ela.
dar um beijo antes de falar qualquer coisa.
um beijo.
beijo já é um 'bom dia' carinhoso,
já vem inserido um eu te amo.
acho que sim.
beijo com gosto de café amargo,
com gosto de manteiga,
pedacinho de pão.
no canto da boca..espalhado pela roupa.

terça-feira, abril 06, 2010

o buraquinho do pulso ainda dói.
dói mais no frio.
muita coisa dói mais no frio.
dói a saudade, que corta com o vento que bagunça os cabelos
dói o pescoço, que encosta no travesseiro que é duro.
não tem colo. colo seu.
dói os músculos do rosto. não tem você pra pertubar o canto dos lábios.
abraço fica vazio e eu fico na cama, tentando me cobrir do jeito certo pra ficar quentinha do jeito que só você consegue.
mas o buraquinho do meu pulso dói.
tá frio demais.
eu tenho escrito cartas pra você. olha, isso era segredo.

dez horas

somos eu e você
e um tanto de nós por aí espalhados,
procuro um lugar só meu.
procuro um lugar só nosso.
me acho, te encontro em mim.
sigo.
perdido na minha ilha de ferro
ferro contorcido, contorcido de saudade.
ferro que demora, mas me leva.
me leva mais uma vez até o alto.
pela nossa independência, pelos nossos cinco segundos.
pelo tempo que nos resta, só pela vida inteira.
no meio do verde, ferro, nervoso e ansiedade,
te tasco um beijo, te puxo pra um abraço.
e você tá lá. me mostra suas dores, me fala dos temores
me pede pra ficar.
se eu pudesse parar
parar o tempo, parar lá no início.
parar. e congelar, ter um vira-tempo que preste
e virar, e voltar, e remar.
remar pra ilha, mais uma vez.
pra ilha, pra montanha, pro meio dos carros e até o metrô
te puxo num canto, me canta um canto e pede proteção
eu vou pra longe, mas ainda é perto, logo a gente se vê
logo quando ? agora ou daqui a cinco segundos ?
- muito tempo, né. mas me espera.
fico rouca de tanto te chamar, pra dentro.
mas você escuta, me pede um tempo.
pede um colo, um alento pra acabar com o sofrimento.
entendo, atendo.
e pretendo num só dia, num só segundo trazer toda a felicidade apagada de um meses atrás.
bem, eu vou, ben. mas logo eu volto, daí a gente registra, tira foto.
termino os desenhos, como mais palmito. te dou mais um pouco de colo.
pego o trem, o ônibus, o ônibus, a ponte. e logo chego, mas não chora, eu logo volto.

segunda-feira, abril 05, 2010

de tudo aquilo que eu falo,
faço, conto.
de tudo aquilo que eu sinto,
vejo, como.
te conto um conto,
você aumenta um tanto.
meu bem, esse é o ponto.
o que eu sofro e o que eu ainda não sei
nada mais é, do que meu. e só.