domingo, setembro 19, 2010

eu te escrevo cartas todos os dias
faço declarações e músicas.
coisas bem bregas.
guardo tudo numa gaveta do lado da minha cama.
mas não entrego.
só nego.
e só.

terça-feira, setembro 07, 2010

você é criança e torce pra ter altura suficiente pra poder andar na montanha-russa do parque.você espera mais de três horas na fila. isso tudo é só pra passar os próximos três minutos: se descabelando, apertando o ferro de segurança com medo de cair..até segurando pra não vomitar.

nesse momento você tem vinte e alguma coisa e tá torcendo pra sair da montanha-russa. e usar tpm como justificativa dos seus choros repentinos, não rola. chocolate não adianta ou qualquer desculpa esfarrapada.

não acho que ter uma vida estrada reta, de asfalto perfeito seria bom. afinal, quem não curte um drama, a sensação de 'está tudo bem agora' é incrível. se eu não gostasse de drama, não seria fã de novela mexicana.

o grande problema é que, minha montanha russa não é divertida, colorida e nem bate vento no final dela e nem tem céu azul de fundo. não tenho mais doze anos e o único frio que eu sinto é o 'geladinho' da cama, por mais pequena que seja, faltando gente. não é um frio bom.

nunca curti muito parque de diversões. sou avessa à certos brinquedos. nunca curti esperar nas filas.posso trocar o ticket da motanha russa por um dia no bar?

sexta-feira, setembro 03, 2010

iaiá

no surprises no fone de ouvido. volume quatorze. segunda, terceira vez seguida. desculpa, mas eu preciso de uma trilha sonora dramática o suficiente pra essa minha tpmsaudadepreguiça. o dia hoje tá bege. eu to de calcinha e sutiã bege. isso em alguma cultura distante, deve ser sensual, fazer parte de algum ritual de acasalamento fantástico. se não fosse a maldita tensão pré-menstrual, ainda sim, minha segunda-feira seria ridícula.
cadê meu chocolate, cadê meu colo quente, cadê minha capacidade de abstrair todas as coisas chatas dessa vida de adulto. meu deus, estou velha-nova. QUERO MINHA MÃE [muda] AQUI AGORA, pode ser?
tenho alguns anos, me acho a maior adulta para um monte de coisa que eu não deveria fazer. como o que eu bem entendo e quem eu bem entendo. me dou o direito de amar loucamente por cinco minutos. mas aí, quando a vida, carinhosamente chamada de corda bamba, fica cinza/chata/feia, peço arrego, peço colo. peço beijo, peço abraço. tenho vontade. peco pela vontade. prazer, iaiá.

querida,

vai passar. tu sabes que vai passar. peço permissão ao caio por usar essas palavras logo de cara. soa desesperado, eu sei. mas não teria outra maneira de começar a não ser assim. não seria eu. não seria, nós.

trinta e um dias e mais uns trocados de setembro. astrologia, astronomia, cavaleiros do zodíaco, revistas bidú, susan miller. creio que inferno astral existe pura e simplesmente pra assustar. é um grande bicho-papão. ou seja, existe, se você tiver cinco anos e acreditar nele. eu acredito. mas acredito em outras coisas. muito mais fortes.

tenho três rascunhos com cartas, super rebuscadas que tentei escrever e lhe entregar de maneira sutil e adorável. mas não consegui. vai assim mesmo, sem rascunho, sem corretor, sem borracha.

preciso reforçar uma coisa que eu já disse: vai passar. eu torço pra passar rápido, como o tempo de sono que eu tenho, como dura os momentos bons (sim, você sabe que duram pouco. mas é porque são muitos.), como dura os dias frios.

nada soa tão poético como o pensamento positivo. e se eu ainda lembro de algo da escola. negativo com negativo dá positivo. e eu confio nessa filosofia barata. nessa filosofia de boteco sujo que temos nojo. filosofa barata que une. porque todo aquele léxico rebuscado tá sono e para.

quero te pedir esperança pr’um mês bom. e pra contar os dedos pra matar a saudade. e pra me perder no meio de tanto ferro, cinza, cimento, sinal, [falta] silêncio, cabelo, pescoço, óculos, café.

poder pra transformar este desgosto num mês de nada, eu não tenho. perdão. mas só te peço esperança. que seja doce.

senhor das moscas

a loucura me faz

por vezes, dois.

a minha sombra,

me persegue.

o que me acalma,

é não me ver.

meu abrigo é meu amigo

e a solidão me faz fugir.

quinta-feira, setembro 02, 2010

e aí eu fico com raiva
e apago fotos do computador
como se na minha memória vazia,
alguma coisa não sobrara.
sobra espaço,
sobra fato
enche de fotos
e meu autorrestrato.
uma pena, eu guardo.