vai passar. tu sabes que vai passar. peço permissão ao caio por usar essas palavras logo de cara. soa desesperado, eu sei. mas não teria outra maneira de começar a não ser assim. não seria eu. não seria, nós.
trinta e um dias e mais uns trocados de setembro. astrologia, astronomia, cavaleiros do zodíaco, revistas bidú, susan miller. creio que inferno astral existe pura e simplesmente pra assustar. é um grande bicho-papão. ou seja, existe, se você tiver cinco anos e acreditar nele. eu acredito. mas acredito em outras coisas. muito mais fortes.
tenho três rascunhos com cartas, super rebuscadas que tentei escrever e lhe entregar de maneira sutil e adorável. mas não consegui. vai assim mesmo, sem rascunho, sem corretor, sem borracha.
preciso reforçar uma coisa que eu já disse: vai passar. eu torço pra passar rápido, como o tempo de sono que eu tenho, como dura os momentos bons (sim, você sabe que duram pouco. mas é porque são muitos.), como dura os dias frios.
nada soa tão poético como o pensamento positivo. e se eu ainda lembro de algo da escola. negativo com negativo dá positivo. e eu confio nessa filosofia barata. nessa filosofia de boteco sujo que temos nojo. filosofa barata que une. porque todo aquele léxico rebuscado tá sono e para.
quero te pedir esperança pr’um mês bom. e pra contar os dedos pra matar a saudade. e pra me perder no meio de tanto ferro, cinza, cimento, sinal, [falta] silêncio, cabelo, pescoço, óculos, café.
poder pra transformar este desgosto num mês de nada, eu não tenho. perdão. mas só te peço esperança. que seja doce.