terça-feira, novembro 17, 2009

hoje, um casal na rua me fez lembrar de uma história, da minha história, na verdade. o cara perguntava pra mulher se ela queria que ele fosse embora, ela dizia pra ele falar baixo, gritando, claro. ele insistia e ela não dizia de fato se ela pra ele ir embora. talvez por pena dele, talvez a vergonha da situação fosse maior que a vontade de dizer não. ou talvez,falando com uma visão sonhadora e bobinha, ela não queria que ele fosse. mas ali, na hora, queria ser só dela. seu momentinho e espaço. enfim.
talvez, qualquer coisa me lembra da tal história da minha vida. não garanto nada.
basicamente fui embora por ter amor demais. chega uma hora que nem você e nem a pessoa 'amada' aguenta tamanho amor. não lembro a estação, se era verão, se era consolação, se era nova brasil fm ou se era inverno. mas lembro que pouco antes da partida, já preparava minha amada para tal desencontro. já separava minhas lembranças numas caixas que certamente colocarei em algum canto. só pra não esquecer. tentava por vezes consertar as coisas, tentava por vezes, ajeitar os móveis.
no dia da partida, bem no pé da ponte, eu expliquei os motivos.dei meu último beijo e me despedi daquele abraço, o melhor do mundo. disse que ela poderia ficar com os últimos sachês de chá de morango e que eu estava levando os de maçã. avisei sobre os cds de gosto duvidoso que ela começou a gostar nos últimos tempos. estavam todos em cima da mesa. fui bem honesta quanto aos cds do chico e ao nosso piano.demorei três dias pra falar o que eu queria, e ficou um misto de alívio e medo de fazer a coisa errada, mas acho que se não fosse embora, se não desse um fim naquilo, aquilo ia dar um fim na gente.
e foi isso a parte mais emocionante do meu dia.um casal aos gritos na rua e uma lembrança que vem à tona com um simples NOSSA NOSSA NOSSA. mas um dia para.