sexta-feira, maio 15, 2009

'Recebo a inesperada visita das tuas garras com um sorriso. Sei sorrir. Sorrir sem infâmia, pretendendo dizer que espero. Falar das tuas garras pode ser um trabalho a que eu me dedique horas a fio. Falar delas é uma modalidade do meu sorrir. Recebê-las sem amparo. Admito no centro da mesa a estatueta da paixão: rapina áspera. Falseio os movimentos (em direção ao centro?). Admito a letra, imparcial cobrindo um corpo inteiro.De manhã acordo noquartinho, os sonhos comeram metade da face.Retornode barriga para cima das memórias. Não são mais as memórias que produzem dor, espasmos, reações químicas fatais. Os cenários. A luz do palco. As cortinas. A tua corrida seca (em direção as garras?). Não há mais lugar para confundir tuas porções com as minhas, ou para desconhecer os nomes.Festejemos com uma história'



Ana Cristina Cesar